O mundo da tecnologia acordou recentemente com a notícia de que a Zenefits, uma empresa de software para Recursos Humanos que já foi obrigada a ressuscitar várias vezes, vai lançar uma nova plataforma integrada para o setor. Com 17 parceiros, a Z2, como foi chamada, pretende atrair várias apps distintas que permitam aos seus clientes gerir diversas tarefas relacionadas com os Recursos Humanos, desde o engagement dos colaboradores à avaliação de performances.
Entre os parceiros da plataforma estão grandes do setor tech, como a Google, a Slack, a Salesforce e a Intuit, que estão fixados em facilitar a experiência de gerir Recursos Humanos e em permitir que os gestores do setor tenham tempo para o que realmente interessa.
E apesar de a plataforma da Zenefits ser a notícia do momento, a verdade é que o advento da tecnologia no setor dos Recursos Humanos é uma ‘novidade’ há muito anunciada. As funções habitualmente desempenhadas por humanos estão a mudar a velocidade de cruzeiro. Os bots já tomaram conta de muitas delas, assim como outro tipo de softwares.
Os departamentos de Recursos Humanos foram durante muito tempo responsáveis pela atração de talento, pela formação de capital humano e por outro tipo de ‘tarefas’ que agora podem ser desempenhadas por máquinas, algoritmos, big data e analytics. Mas quem deve assumir a responsabilidade de conduzir todas estas tecnologias? Alguns especialistas parecem acreditar que devem ser os Recursos Humanos, trabalhando em conjunto com os departamentos de TI.
Estaremos bem preparados para enfrentar essa revolução? Talvez não. Seremos derrotados? Não.
Importa também questionarmo-nos se os departamentos de RH já estão a contratar pessoas com as competências certas para enfrentar estes desafios, como cientistas de dados? Estarão a formar as pessoas para saber analisar os dados e para utilizar estas ferramentas de forma correta? E a questão de ‘um milhão de euros’ é: estão os Recursos Humanos a adquirir as tecnologias certas para automatizar os processos e poderem, assim, dedicar-se ao que realmente interessa?
A maioria dos estudos parece indicar que não. A compra de tecnologias como a que agora foi criada pela Zenefits ainda é tímida, pelo menos se estivermos a falar de países como Portugal. Porquê? Por um lado, a relutância de algumas destas equipas em sair da sua zona de conforto, e por outro, a falta de competências para as utilizar.
Contudo, podemos todos mudar – pelo menos se escolhermos fazê-lo. Mas será que vamos? Será que devemos? A força da concorrência irá ditar essa necessidade e nós por cá achamos que é urgente!