Há muitos anos que a maioria das empresas adotaram a estratégia de trabalhar em open space: promove a colaboração, relações positivas, a criatividade e a comunicação entre colaboradores, dizem, mas em 2016 são cada vez mais aqueles que defendem que está na altura de colocar um fim aos espaços de trabalho abertos. As razões? Ora leia.
A literatura conta que esta forma de dispor os espaços de trabalho terá começado no início dos anos 1900s, nos EUA, mas só muito recentemente é que só começou a olhar com mais atenção para o facto de o ambiente de trabalho poder influenciar as experiências daqueles que lá trabalham, e em particular para forma como pode afetar a produtividade e o bem-estar dos funcionários.
Existem várias teorias acerca daquilo que constitui um bom local de trabalho, resta saber se estaremos todos [alguma vez] de acordo!
Afinal o que é que já sabemos? Os espaços de trabalho abertos podem de facto aumentar a colaboração entre colegas de trabalho e até promover a criatividade, mas existem aspetos negativos que devem ser tidos em conta. A verdade é que o open space funciona bem sobretudo para os extrovertidos. Para os introvertidos, trabalhar num espaço deste tipo pode prejudicar seriamente a produtividade e a satisfação em relação ao trabalho.
A maioria dos especialistas sugere que criar divisórias em espaços de trabalho abertos pode fazer uma diferença significativa, assim como outros elementos de design e de ambiente. A qualidade do ar dos escritórios é um exemplo de uma questão que muitas vezes despoleta conflitos entre colaboradores e são alguns os estudos que indicam que um ar de má qualidade, e que não agrade a todos, pode diminuir a produtividade até 10%.Para além disso, alguns estudos indicam que em escritórios onde há acesso a ar exterior, as baixas por motivo de doença são 35% mais baixas e os níveis de stress também.
Mais, alguns estudos mostram que dar aos colaboradores a possibilidade de influenciarem os seus espaços de trabalho tem o potencial de melhorar as suas performances e bem-estar. Estará então na altura de redesenhar os espaços de trabalho e de criar soluções ‘amigas dos trabalhadores’?
Para as organizações interessadas em melhorar as suas estratégias de bem-estar a pensar nos colaboradores, reavaliar os espaços de trabalho deve ser uma prioridade. E aqui, as empresas tecnológicas estão na vanguarda. A gigante de e-commerce Amazon tem nos seus planos a construção de duas ‘mega estufas’ logo ao lado do seu edifício de 38 andares em Seattle. O objetivo? Oferecer aos colaboradores um espaço alternativo e natural para que possam socializar e trabalhar e, pelas contas da companhia, com potencial para aumentar a produtividade até 20%.
Mas ainda existem argumentos que estão a travar as organizações no que diz respeito à criação de espaços de trabalho mais saudáveis. Um dos mais importantes é o investimento financeiro que é necessário fazer. Em segundo lugar, surgem questões como as novas gerações que agora entram para o mercado de trabalho e que têm, como seria de esperar, necessidades diferentes das de gerações anteriores.
Nesta questão, os diretores de Recursos Humanos devem, sem dúvida, estar envolvidos, sobretudo ao nível do planeamento e da avaliação das preferências e necessidades dos colaboradores da organização.
Se o objetivo da sua empresa é manter-se competitiva e ágil, especialmente numa era em que os padrões de trabalho devem ser cada vez mais flexíveis, é importante que reconheça que redesenhar os espaços de trabalho deve estar entre as estratégias prioritárias, até porque o espaço de trabalho do futuro não se parece em nada com aquele a que estamos habituados.