Porquê ligar os sentidos, as emoções e a tecnologia para potenciar a aprendizagem?

Porquê ligar os sentidos, as emoções e a tecnologia para potenciar a aprendizagem?

por Raquel Rebelo, CEO da Abilways Portugal

Que o digital veio para ficar já ninguém tem dúvidas.

Que a tecnologia está a mudar profundamente o nosso comportamento e as nossas expectativas enquanto pessoas, consumidores e colaboradores, também penso que ninguém duvida.

Que o digital tem vindo a mudar a forma de pensar, de trabalhar e de aprender, certamente também ninguém duvidará.

Que a transformação digital se centra sobretudo na valorização das pessoas e no desenvolvimento de novas competências e novas formas de trabalhar que permitam acelerar os processos de mudança e facilitar a construção do futuro também não é certamente novidade para ninguém.

Mas como é que envolvemos as pessoas nestes processos de mudança sobretudo de mindset e de comportamento é que tenho dúvidas que esteja claro para todos.

É minha convicção que para prepararmos as pessoas para serem capazes de antecipar e integrar a mudança temos de conseguir desenvolver a capacidade de inovação, potenciar a abertura ao ecossistema, desenvolver a agilidade, reforçar a orientação para o cliente, fomentar a colaboração e encontrar as estratégias adequadas para fortalecer a cultura organizacional, visto que a ausência de uma cultura única pode constituir um verdadeiro obstáculo à mudança.

Temos de ser capazes de reforçar a atitude de compromisso dos colaboradores respeitando a sua realidade e o processo individual de aprendizagem, dando-lhes poder de escolha sobre a forma como podem participar, uma vez que não há um ‘one size fits all’ na aprendizagem. Cada um de nós recebe e reage aos estímulos de maneira diferente e precisa de mais ou menos horas de treino para incorporar a mudança. Torna-se essencial possibilitar que os colaboradores construam os seus próprios modelos e conceitos e testem as suas estratégias de resolução de problemas.

A transformação dos locais de trabalho em espaços transversais que fomentam a colaboração e a partilha e estimulam a aprendizagem, leva-nos a sentir cada vez mais necessidade de incentivar à dinâmica de pares e de grupos em que os elementos se entreajudam, desenvolvendo a inteligência coletiva e reforçando a colaboração e a partilha, facilitando o trabalho em equipa e aumentando o envolvimento e a participação. É fundamental fomentar uma aprendizagem participativa com a introdução de modelos baseados no peer-to-peer learning e na co-criação, transformando uma dinâmica presencial num momento envolvente e colaborativo.

E para isso temos de ligar o pensamento, os sentidos, as emoções e a tecnologia para potenciar a aprendizagem. Combinar os métodos pedagógicos adequados com a tecnologia certa, colocando o foco pedagógico na experimentação e no fazer, levando as pessoas a refletir no como agir e desafiando-as a se colocarem-se em causa.

Acreditamos que a aprendizagem é um processo que envolve o corpo como um todo: a cabeça, o corpo e o coração, ou seja, o intelecto, a ação e as emoções. E por isso privilegiamos o equilíbrio entre conhecimento, ação prática, reflexão e expressão das emoções.

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