ExpoRH 2018: o que aprendemos

ExpoRH 2018: o que aprendemos

ExpoRH 2018: o que aprendemos

Foi na passada semana que se realizou a 17ª edição da ExpoRH, uma organização da Abilways Portugal que já se tornou no maior evento de Recursos Humanos do país. Em 2018, o evento foi dedicado à experiência das pessoas no seio das organizações. Contamos-lhe o que aprendemos.

Aprendizagem contínua e experiencial é essencial

Uma das apresentações mais marcantes da edição deste ano teve a ver com a ‘Aprendizagem com o Corpo’. Raquel Rebelo, CEO da Abilways Portugal, levou ao palco os alunos do ‘Colégio Os Aprendizes’ que explicaram perante uma audiência de centenas de pessoas a importância da experiência na aprendizagem e de aprender com o corpo para memorizar.

Segundo a CEO da Abilways Portugal, “é importante respeitar o processo de aprendizagem de cada um. As organizações e os seus processos de formação devem trabalhar na inovação, na abertura, na agilidade e na colaboração (…) Reforçar a atitude de compromisso nas organizações é essencial e isso passa por reforçar a identidade corporativa e por respeitar a individualidade de cada colaborador e a sua dinâmica individual de aprendizagem.”

Marta Rocha, Diretora de Recursos Humanos da Makro, reforçou esta ideia, acrescentando que o propósito do negócio “deve ser o ponto de partida de todas as estratégias de formação”.

Design Thinking é tendência, mas não resolve todos os problemas

Rafael Ribeiro, da Celfinet, fez uma apresentação sobre Design Thinking e as suas vantagens para as organizações. De acordo com o orador, a criatividade é uma competência intrínseca dos seres humanos, mas precisa de ser exercitada. Posto isto, o responsável adverte: “o Design Thinking não resolve todos os problemas e é um método que precisa de uma mudança radical de mindset (…) É importante ir atrás das pessoas que querem realmente participar: podem ser as que participam mais ou as que nunca falam”. Para além disso, assegura: “é importante partilhar resultados mesmo que horríveis”.

Celebrar o erro potencia a inovação

Para falar do impacto da comunicação do erro, a organização chamou Inês Faria, Gestora de Recursos Humanos da Phone House, e Joana Gomes Gonçalves, Global Training Coordinator for User Engagement da Siemens.

Inês Faria acredita que “a celebração do erro implica que haja abertura para ouvir todos os colaboradores da organização, desde o vendedor que está na loja ao diretor geral.” Para além disso, a responsável pelos Recursos Humanos da Phone House defende que “olhar para o erro de uma forma positiva também é uma forma de reter talento”.

Já Joana Gomes Gonçalves sublinha que “se tivermos como pilar a inovação, isso vai potenciar a experimentação e em alguns casos o erro. Nesse processo importa tentar perceber de que forma é que as pessoas lidam com o erro.” Para além disso, importa “perceber onde está o referencial de erro, porque o que é um erro para uma pessoa pode não ser para outra.”

Controlo vs autonomia: liberdade é fator motivacional

No segundo dia da ExpoRH o grande foco foi a Liderança. A mesa redonda sobre ‘Líderes controladores’ foi uma das que maior interesse gerou e a que mais gargalhadas arrecadou. Pedro Janela, CEO do Wygroup e o único homem do painel, brincou com o tema e chamou a atenção para as diferenças de liderança no feminino e no masculino. Para além disso, defendeu que “quando se gere pessoas muito mais inteligentes do que nós, o melhor é dar-lhes liberdade para fazerem o que quiserem. A liberdade é essencial para podermos evoluir”. O CEO do Wygroup defendeu ainda que “todos devemos ter a oportunidade de ser líderes, mesmo que seja para descobrir que temos que ser liderados” e que “a liderança é em muitos casos uma posição muito solitária”.

Para além disso, o responsável pediu à audiência para pensar numa questão que, segundo ele, é muitas vezes invisível: “como se motiva um líder? Motiva-se a si próprio e deve ter a capacidade de parar, pensar e refletir e depois partilhar a experiência entre pares, porque ajuda a motivar-nos”.

Mónica Rufino, Diretora Geral da Seur, explicou como é liderar uma empresa “muito masculina” com “respeito pela individualidade de cada um”. “Um líder que tenda a ser muito controlador não terá sucesso na Seur. Tivemos alguns casos na empresa que mesmo com coaching não prosperaram. É preciso colocar as pessoas certas a fazer aquilo em que são boas”, defendeu.

A responsável sublinhou ainda que “as pessoas tendem a evoluir mais, quanto mais autonomia lhes damos. A maior parte da minha equipa de gestão são pessoas que começaram em posições de base. Eu tive a sorte de ter um líder que acreditou em mim e confiou em mim. Os líderes têm a obrigação de ajudar os seus colaboradores a serem melhores pessoas. Gostamos de poder ajudar a nossa equipa no seu desenvolvimento pessoal. Sentimos essa obrigação. Para mim, a confiança é uma pedra basilar na confiança.”

Sobre a motivação dos líderes, afirmou que “a resiliência é uma competência que deve ser inata a um líder. Temos que manter uma boa imagem mesmo quando estamos a bater no fundo. Temos que ter a capacidade de criar um grupo de apoio informal para nos conseguirmos manter como líderes. A humildade é essencial e o líder deve ser transformador. E o sentido de humor. Toda a gente gosta de trabalhar com pessoas agradáveis…”

Maria Roman, Diretora de Recursos Humanos do Lidl Portugal, reforçou estas ideias, defendendo que “o controlo mata a criatividade. Um bom líder combina valores e competência. Não posso ter alguém a liderar que tem muita competência e não tem valores, e o inverso também é verdade. O líder deve ser um pilar.”

Escolha do local de trabalho aumenta satisfação dos colaboradores

O evento confirmou ainda a importância crescente do espaço de trabalho na motivação e no engagement dos colaboradores. O controlo sobre a escolha do local de trabalho deve estar hoje nas mãos dos colaboradores, desde que a função o permita. Open spaces, gabinetes privados, espaços de convívio e zonas de refeição: o único limite é a individualidade de cada um e a cultura das organizações, que devem estar preparadas para fazer a transição para espaços de trabalho mais colaborativos e criativos.

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