O teletrabalho tem vantagens inegáveis, organizações e colaboradores na maioria dos casos estão satisfeitos com este formato, no entanto, existe um “mas” que tem vindo a ganhar força… o mas é a falta de contacto social.
Com o passar dos meses as “saudades do escritório” ocupam espaço, o entusiasmo inicial começa a dar lugar à preferência por formatos híbridos, as pessoas anseiam por estar juntas, afinal o escritório é um lugar de encontro.
O estudo recente realizado pela DGAEP (Direção Geral da Administração e do Emprego Público) aos funcionários públicos diz que 78% dos inquiridos aponta a redução do contacto presencial como um ponto negativo do teletrabalho. No mesmo sentido são os resultados do Workmonitor 2021 da Randsad que revelam que há uma quebra na preferência pelo teletrabalho, os dados para Portugal mostram que:
- 61% dos colaboradores têm saudades da interação com os colegas
- 39% têm dificuldade em equilibrar a vida pessoal e profissional
- 29% sentem-se sozinhos e isolados
- 24% aponta a dificuldade em trabalhar remotamente com crianças em casa
É uma tendência alinhada com os resultados obtidos noutros países, os quais apontam para 78% dos profissionais desejaram regressar ao trabalho presencial e na Europa essa percentagem é de 77%.
Merece reflexão o facto de não ser a questão da produtividade que impacta na inversão da preferência pelo teletrabalho, pois a verdade é que, na maioria dos casos, não foi afetada, são os fatores relacionados com a relação e comunicação entre as pessoas que colocam a questão na balança, mesmo o ruído do escritório faz falta aos colaboradores.
O espaço físico das organizações vai muito para além do local em que acontecem negócios, são recebidos clientes, têm lugar reuniões, são tomadas decisões, é aqui que a experiência de ser equipa acontece. Este estar genuinamente uns com os outros o trabalho remoto dificilmente responde.
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