Por | Fernando Bravo, HR Manager for Southern Europe, H. B. Fuller
Assim, os RH como Business Partners estão na ordem do dia. A ideia é sermos parceiros de negócio, idealmente com duas vertentes fundamentais:
- Co-decisores de definições estratégicas e operacionais da empresa;
- Especialistas consultores no “factor humano” – que, ouve-se até à exaustão, é o factor fundamental de qualquer empresa.
Estas vertentes criam para os RH um conjunto de responsabilidades importantíssimas perante diferentes dimensões organizacionais, das quais destacaria:
- Accionistas – Raramente falados nos livros de Gestão de RH, eles são stakeholders fundamentais dos RH. Não podemos clamar por um papel estratégico dos RH sem conhecermos, discutirmos e acordarmos o que os accionistas esperam da estratégia de RH.
- Employee Value Proposition – Porque trabalhar nesta empresa e não noutra? Qual a nossa proposta de valor para trabalhadores e potenciais trabalhadores? Cabe igualmente ao Dep. RH liderar a reflexão e definição de tal proposta, em sintonia com a estratégia da organização.
- Atrair, contratar, formar, motivar, reter e promover os melhores – Para atingir o melhor desempenho, há que ter os melhores. E espera-se que todas estas fases sejam geridas (idealmente, co-lideradas) pelos Recursos Humanos.
- Desempenho – Se o objectivo da Gestão é o de obter o máximo rendimento dos recursos investidos, o objectivo da Gestão de RH será o de obter o máximo desempenho dos recursos humanos ao dispor da empresa.
- Gerir o desempenho frágil – Avaliar as causas e identificar a forma de as ultrapassar, implementando planos eficazes de melhoria de desempenho. E, quando tal se revela insuficiente, saber gerir os desafios da rescisão.
- Provedores dos trabalhadores – Os RH podem e devem assumir um papel próximo da Provedoria do Trabalhador, sem nunca esquecer os objectivos estratégicos da empresa ou a equidade interna entre colaboradores.
Iniciei esta enumeração com os accionistas e terminei com os trabalhadores, mas é bom de ver que a ordem poderia ser a inversa.
Seja como for, é interessante notar como grande parte do acréscimo de valor que os RH podem aportar a uma organização se funda neste equilíbrio entre os objectivos empresariais, por um lado, e o capital humano que os deve atingir, por outro.
Essa tarefa, sendo difícil, torna-se tanto mais fácil quanto os vários intervenientes se consciencializam que existe uma interdependência entre ambos os componentes.
E os RH podem ser o cimento que une tais componentes, ajudando de forma crucial a elevar o valor de uma organização e, em consequência, das suas pessoas.