Os princípios da (in)certeza

Os princípios da (in)certeza

Sendo “a mudança a única coisa permanente”, será que faz sentido continuarmos a colocar a tónica na adaptação à mudança, nos desafios da mudança ou em como é que as organizações vão ultrapassar os obstáculos da mudança e sobreviver?

Ou será que faz cada vez mais sentido falarmos de crescimento, de desenvolvimento, de capacitação e de como nos preparamos para, passo a passo, construirmos o nosso futuro e modularmos o futuro das nossas organizações?

Crescer é explorar novas formar de fazer, é acrescentar conhecimento, é aprender algo que ainda não sabemos, é progredir rumo àquilo que ainda está por vir, mas é também conhecer muito bem as fundações do passado e aquilo que nos dá estrutura e resiliência na imprevisibilidade.

E são precisamente os pilares que nos fazem permanecer em segurança em contextos de volatilidade, os chamados princípios da ‘(in)certeza’, que serviram de base a esta reflexão.

“A ética, a humildade, a honestidade, a solidariedade, a empatia, o respeito pelo outro e a tolerância são os fundamentos de qualquer mudança rumo ao futuro em segurança”

A ética, a humildade, a honestidade, a solidariedade, a empatia, o respeito pelo outro e a tolerância são os fundamentos de qualquer mudança rumo ao futuro em segurança.

Valores que aparentemente têm vindo a ser esquecidos (ou pelo menos a ser postos de lado) num mundo frenético que se desloca a uma velocidade furiosa rumo a um passado de ódio, de disputas territoriais, de defesa de interesses megalómanos, de egos sem princípios, onde vale tudo… e onde eu, pessoalmente, não quero viver.

Princípios e valores que nós, líderes, temos de viver e fazer viver, alimentar e fazer crescer nos nossos feudos de influência. Valores humanistas que devemos espelhar e disseminar, moldando e robustecendo a cultura das organizações que encabeçamos, levando as nossas equipas a aceitar a certeza da incerteza.

“Com a confiança de que cada um de nós é respeitado na sua singularidade e de que são as nossas diferenças que nos permitem construir um todo maior, interdisciplinar e colaborativo, onde cada um conta.”

Garantindo ambientes mais humanos onde a transformação e a mudança acontecem com confiança. Com a confiança de que cada um de nós é respeitado na sua singularidade e de que são as nossas diferenças que nos permitem construir um todo maior, interdisciplinar e colaborativo, onde cada um conta.

Onde cada um está comprometido com o seu crescimento individual, determinado em aumentar a sua autoconsciência e empenhado em desenvolver a sua eficácia pessoal com vista à construção do futuro.

Onde cada um se sente seguro para experimentar, arriscar e errar (e aprender com o erro). Onde cada um incorpora a dinâmica da mudança e é capaz de se moldar e de fazer diferente, com resiliência.

“Construindo ambientes emocional e culturalmente inteligentes onde se promovem as relações interpessoais, se incorporam as diferenças, se estabelecem e reestabelecem conexões (…)”

E onde as lideranças têm um elevado nível de autoconsciência e estão comprometidas com o seu desenvolvimento pessoal. Onde os líderes são humanos e empáticos, demonstram as suas emoções com inteligência e estão focados em apoiar os seus colaboradores. Líderes éticos que se mantêm fiéis a si mesmos e aos seus valores, que escutam, dão feedback e comunicam de forma clara e transparente, inspirando confiança e construindo ambientes emocional e culturalmente inteligentes onde se promovem as relações interpessoais, se incorporam as diferenças, se estabelecem e reestabelecem conexões, fomentando a colaboração, a partilha e o trabalho de equipa para criar proximidade e confiança entre e interequipas.

Descomplicando o futuro, dando autonomia, questionando muito, mas ouvindo ainda mais, tomando decisões com agilidade, apontando o caminho e mostrando onde é suposto chegar, com uma comunicação clara e transparente.

Com flexibilidade comportamental, saindo da zona de conforto, aceitando ser desafiada(o), arriscando pensar diferente e a agir com visão, focada(o) no que há de vir e preocupada(o) em ampliar e desenvolver as competências estratégicas que lhe vão permitir envolver e inspirar as equipas na incerteza.

“Competências pessoais, emocionais e relacionais a que dei o nome de competências da mudança (…) que são e vão continuar a ser o pilar estruturante dos ritmos de transformação e mudança permanentes a que estamos sujeitos e que nos vão permitir ser resilientes e permeáveis à mudança.”

Competências pessoais, emocionais e relacionais a que dei o nome de competências da mudança, que nos vão ajudar a não ter medo de explorar o futuro, e a sermos capazes de nos moldarmos às novas formas de fazer, suavizando as transições e permitindo-nos crescer de forma incremental. Competências que são e vão continuar a ser o pilar estruturante dos ritmos de transformação e mudança permanentes a que estamos sujeitos e que nos vão permitir ser resilientes e permeáveis à mudança. Que nos vão permitir vergar, mas não partir. Inteligência emocional, empatia, resiliência, escuta ativa, comunicação clara, feedback, gestão do tempo e produtividade, autonomia e tomada de decisão são algumas destas competências que nos vão possibilitar prever, com exatidão na imprecisão do futuro, a minha atitude e o meu comportamento, o meu EU.

Seja qual for a função que ocupe ou venha a ocupar no futuro, sejam quais forem as competências técnicas que tenha de vir a desenvolver ou os conhecimentos novos que venha a adquirir, a única certeza que tenho é que tenho de continuar a crescer, a questionar, a descobrir novos caminhos e a desenvolver novas formas de responder aos diferentes desafios que tenho a certeza de que vou ter de enfrentar.

Termino com a humildade do “só sei que nada sei”, mas com a convicção de que somos nós, os líderes, os catalisadores (ou não) do crescimento das nossas equipas e somos nós os protagonistas do futuro das organizações que guiamos com (in)certeza.

Let’s Build the Future!   

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