A forma como o feedback é dado acompanha as transformações que hoje caracterizam a relação com os colaboradores. Também aqui a mudança acontece e são precisos sistemas dinâmicos, assentes na convicção de que os locais de trabalho deverão ser por excelência, lugares de empatia em que a comunicação é saudável e contribui para o crescimento individual e coletivo.
Então como tornar o feedback uma prática incorporada na cultura corporativa?
É um trabalho contínuo, exige o compromisso de “normalizar” a abertura para comunicar sem julgamento, sem rigidez, a convicção de que ser equipa é isso mesmo, não ter medo de falar. Este respeito na base da comunicação com o outro, é dos maiores pilares que uma organização pode construir, vai muito para além do próprio negócio, significa devolver à sociedade valores éticos de convivência entre as pessoas. Isto sim, é o legado de uma organização.
Este respeito na base da comunicação com o outro, é dos maiores pilares que uma organização pode construir
Há sempre inúmeras variantes quando falamos de feedback, por agora debruçamo-nos apenas naquilo que distingue o feedbak contínuo do feedback pensado e sistematizado para acontecer em momentos específicos, nomeadamente, na avaliação de desempenho.
Feedback em contexto de avaliação de desempenho
Entenda o feedback como uma ferramenta facilitadora do crescimento individual e progressão na carreira do colaborador e como tal deve estar integrado no processo de avaliação de desempenho. No entanto, nem sempre se traduz num momento tranquilo em que os intervenientes falam sem reservas, quantas vezes é precisamente na pessoa que dá feedback que reside maior stress e receio de que “não vai correr bem”. Não tem de ser assim, daí a importância de criar uma cultura de confiança na qual dar e receber feedback faz parte.
Quantas vezes é precisamente na pessoa que dá feedback que reside maior stress e receio de que “não vai correr bem”
- Prepare atempadamente o momento e informe igualmente com tempo quem vai receber feedback
- Tenha bem presente a mensagem que pretende passar, sistematize as ideias, seja objetivo, tenha em linha de conta o contexto
- Faça-o em ambiente privado, pensar por exemplo que outras pessoas estão a ouvir o que está a ser dito é motivo suficiente para criar desconforto
- Não tropece no risco de confundir ações com intenções; comportamentos com personalidades; faça perguntas e demonstre genuíno interesse em ouvir a perspetiva de quem está a receber feedback
- Dedique tempo, não acelere a conversa, seja paciente e coloque-se no lugar do outro
- Tenha bem presente o perfil e a singularidade do outro
- A fragilidade de um interlocutor em momento algum deve ser “usada” para se fazer ouvir. Este é um momento para encorajar, não para arrasar
Feedback em tempo real
Já o feedback em tempo real capacita os colaboradores a desenvolver e ajustar continuamente o seu desempenho, alguns dos comentários mais eficazes surgem de forma espontânea e não programada. Então qual a forma mais eficaz de dar feedback contínuo?
Espontaneidade não significa, dizer o que apetece e como apetece, o respeito e a intenção de contribuir para a melhoria do outro está sempre na base
- Apesar de ser contínuo, é importante escolher o momento adequado
- Seja claro e opte por uma abordagem equilibrada
- Espontaneidade não significa, dizer o que apetece e como apetece, o respeito e a intenção de contribuir para a melhoria do outro está sempre na base
- Acolha os insights dos envolvidos e estimule a que o outro reflita também sobre o tema sobre o qual está a ser dado feedback
- Não se trata de dar destaque ao erro e sim de mostrar outras formas de fazer que poderão trazer melhores resultados
- Dar feedback, não é o mesmo que fazer comentários avulso ou dar opiniões não solicitadas. São coisas diferentes, o propósito do feedback deverá sempre ser construtivo
Transformar em confiança a relação com as equipas
O feedback é a oportunidade de transformar em confiança a relação com as equipas e é na confiança que reside a base da pirâmide do sucesso de uma organização. Não subestime o poder de tornar o feedback o modus vivendi da organização.
BUSINESS CASE
Técnicas de feedback