Por | Raquel Rebelo, Country Manager, IFE Portugal
De acordo com o último estudo da Gallup Internacional, pessoas motivadas aumentam em 240% os resultados do negócio e o investimento no engagement dos colaboradores gera uma margem operacional três vezes superior. Contudo, de acordo com este mesmo estudo, só 13% das pessoas estão motivadas, 63% tem falta de motivação e 24% não estão felizes e são pouco produtivas. Significa que a margem de progressão é enorme e que existe ainda um longo caminho a percorrer.
A desmotivação e falta de produtividade é motivada em grande parte pela resistência e falta de adaptação à mudança. Apesar das equipas de recursos humanos trabalharem diariamente para encontrar formas de estimular os colaboradores a desafiarem-se e sair da sua zona de conforto, muitos são aqueles que ficam imobilizados com a própria ideia de mudar. A propósito, ocorre-me partilhar uma lenda acerca de um falcão que não queria voar que ilustra bem como muitas vezes um pequeno estímulo pode provocar a mudança:
“Era uma vez um rei que recebeu de presente dois falcões magníficos. O rei ordenou que os dois pássaros fossem treinados pelo mestre de falcoaria.
Passados uns meses o falcoeiro informou o rei que um dos falcões estava a voar majestosamente, mas que o outro pássaro não se movera do mesmo galho desde o dia em que chegou. O rei convocou todos os curandeiros e feiticeiros do reino para tratarem do falcão, mas nenhum deles conseguiu fazer o falcão levantar voo. O falcão continuava pousado no mesmo sítio de sempre.
Depois de ter tentado de tudo, o rei pensou que talvez um camponês com experiência em assuntos da natureza o pudesse ajudar a resolver este problema. Então, ordenou à sua corte que lhe trouxessem um camponês com urgência. Na manhã seguinte, o rei foi surpreendido ao ver o falcão a sobrevoar os jardins do palácio e pediu aos membros da corte para lhe trazerem o autor deste milagre.
Quando o camponês chegou à presença do rei este perguntou-lhe: “Como é que conseguiu fazer o falcão voar?” Com reverência, o humilde camponês disse ao rei: “Foi fácil, majestade. Eu simplesmente cortei o galho.”
Temos muitos galhos para cortar se quisermos desafiar o futuro.
Mas “cortar galhos” não chega. É necessário com humildade chegar ao coração dos colaboradores, fortalecendo o compromisso com a organização. Comunicar, envolver, partilhar, reconhecer, incentivar e acreditar nas pessoas para que estas possam dar o melhor de si.