Em busca de um efetivo Return on Learning (ROL) e de um comprometimento com a melhoria contínua e com a performance individual dos colaboradores, as diversas organizações com que me vou cruzando, dos mais variados setores, quando definem anualmente as suas escolhas e investimentos para a formação e desenvolvimento das equipas (L&D), procuram:
- continuidade e coerência formativa que, em muitos casos, transcende o cronogramático plano anual de formação;
- um conjunto sucessivo de etapas e de atividades de aprendizagem que comprometam o colaborador com um percurso integrado ao longo de um período;
- mecanismos de simplificação, comunicação e avaliação que facilitem a retenção por serem, desde logo, inovadores ou ‘novos’ no contexto tradicional da formação.
Este entendimento desafia-nos a criar e a implementar projetos assentes naquilo que defini como sendo as três virtudes de um projeto integrado de L&D:
- Alinhamento e adaptabilidade – Os conteúdos formativos estão alinhados com as necessidades das equipas, com a estratégia de RH e do negócio e são preparados para produzir mudanças e melhorar performance.
Nos projetos integrados o compromisso com a ‘co-construção’ e com a interação com os interlocutores-chave é fundamental. As atividades de diagnóstico, a escolha dos formatos e dos conteúdos, a disponibilidade e organização dos ‘momentos de aprendizagem’, são caraterísticas que valorizam a adaptação da solução à cultura da organização e o seu correto alinhamento com o propósito do investimento – produzir mudanças e melhorar a performance.
- Personalização – a eficiência da aprendizagem de cada colaborador é considerada pela existência de um efetivo plano de ação individual que considera as necessidades, ritmo e disponibilidade de cada um e pela adaptação que pode ir sendo feita ao projeto integrado em curso.
Sempre que viável, os projetos integrados combinam modalidades de aprendizagem coletiva (equipa, turma, turno) com individuais (sessões de coaching, programa de mentoring, momentos de acompanhamento individualizado e on the job) projetando-se, não apenas a adaptação do projeto formativo à organização, mas, também, a personalização do percurso para cada colaborador.
A utilização de metodologias de análise e avaliação (assessments) é útil para a personalização do projeto e para verificarmos de forma mais nítida a obtenção de novas competências e o aumento da performance.
- Inovação e criatividade – Criar abordagens inovadoras, que comprometam, motivem e acelerem a mudança. Os projetos de intervenção têm de ser experiências memoráveis que envolvam uma multiplicidade de especialistas, recursos e surpresas de aprendizagem.
Havendo abertura e recetividade da organização, num projeto integrado podemos (e devemos) arriscar! Arriscar a transformação da sala da formação num laboratório de treino onde se podem utilizar técnicas de teatro e dramatização, “gamificar” conteúdos fazendo com que os participantes joguem com os conteúdos e possam competir com eles próprios e com os outros para o melhor resultado e integrar em vários momentos diferentes especialistas – diferentes no background académico e nas experiências e metodologias que aportam.
A audácia, a dimensão emocional e a construção de experiências formativas que fiquem na memória dos participantes durante vários anos é um elemento virtuoso que os projetos integrados aportam.
O Return on Learning (ROL) faz-se de experiências de aprendizagem consistentes, singulares e memoráveis. As três virtudes partilhadas são o ADN que traça o caminho para um projeto integrado bem desenhado, que garanta retorno e aumente a performance.