Que o futuro é digital, já todos sabemos. Contudo, a grande maioria dos Chief Information Officers (CIO) e dos líderes na área de IT revelam ter dificuldade em contratar pessoas com as competências adequadas. A conclusão consta de um estudo recentemente publicado pela Barclaycard e que indica que os líderes da área tecnológica estão preocupados com o facto de as suas equipas poderem não ter todas as competências necessárias para serem bem-sucedidas no futuro – IA, machine learning, big data, analytics e engenharia de software.
78% dos líderes de IT estão preocupados com o facto de as suas equipas precisarem de uma atualização de competências, 76% estão preocupados com a necessidade de recrutar novas pessoas para se manterem competitivas e 69% consideram a atualização de competências um fator crítico para o sucesso das suas equipas.
A resposta mais comum nas organizações para este tipo de preocupações é procurar novos elementos que preencham as competências necessárias. Ainda se lembra do caso IKEA? O retalhista foi altamente criticado por anunciar o despedimento de cerca de 7500 pessoas como resultado da sua aposta na transformação digital. Os especialistas argumentam que, nestes casos, a solução está na aposta em formação contínua.
Quer isto dizer que se é de novas competências que a sua empresa precisa, a resposta pode estar nos talentos que já tem dentro da empresa. Afinal, porque é que os contratou? Num artigo recentemente publicado, o portal Information Week reflete sobre este tema e diz que é importante que os líderes considerem as competências que os seus colaboradores atuais possuem e que um novo colaborador não tem: conhecimento sobre a estrutura da empresa e os processos, conhecimento sobre os produtos, os clientes e ainda sobre a experiência dos clientes. Este tipo de conhecimento é valioso e só é aprendido por um novo colaborador depois de algum tempo. Em contraste, as competências técnicas, como programação, big data e IA podem ser aprendidas de forma mais rápida.
A responsabilidade dos líderes, diz a publicação, “é enviar as suas equipas para conferências da indústria para que possam ouvir diretamente dos seus pares o que está a ser feito”. Além disso, é cada vez mais importante que as empresas adotem uma cultura de formação contínua que não tem de se limitar a ações de formação formais. Webinars e percursos de formação online por módulos podem ser uma solução mais rápida e, ao mesmo tempo, mais atrativas para as equipas.
“E talvez mais importante do que tudo isto, os líderes devem promover uma cultura de trabalho que premeie quem coloca questões. Encorajar os colaboradores a falar quando não sabem algo ou promover aconselhamento por parte dos seus colegas ou líderes pode criar uma atmosfera mais colaborativa que destrua os ‘silos de conhecimento’. Esse tipo de partilha de informação também faz com que seja mais fácil para os líderes identificar gaps de conhecimento e competências e tomar os passos necessários para resolver os problemas e encontrar soluções relevantes”, conclui.