Gestão da mudança e data: o futuro será ‘analítico’

Gestão da mudança e data: o futuro será ‘analítico’

A gestão da mudança ainda é um dos quebra-cabeças da Gestão de Recursos Humanos, mas se a crescente adoção de ferramentas digitais pelas organizações nos tem ensinado alguma coisa é que, no futuro, algumas das tarefas mais complexas poderão contar com um ‘empurrão’ da tecnologia.

A ideia é suportada por um estudo publicado na Harvard Business Review e que revela que a gestão da mudança poderá muito bem vir a ser totalmente conduzida pelos dados, desde que saibamos trabalhá-los bem.

De acordo com a publicação, “as empresas melhor posicionadas para mudar na próxima década serão aquelas que se preparem bem através da recolha do tipo certo de dados e ao investir na sua capacidade analítica”.

Criar modelos preditivos daquilo que será o futuro implica saber aquilo que se se pretende prever e recolher dados diversificados, e apesar de a maioria das empresas não estarem preparadas para o fazer, existem passos que podem ser dados para as aproximar dessa realidade, indica o estudo.

Usar ferramentas digitais para criar engagement
Existem atualmente várias ferramentas que permitem recolher a opinião dos colaboradores em tempo real. Esqueça as avaliações anuais. As aplicações hoje existentes permitem-lhe perceber se a mudança está a ser bem-recebida em todos os departamentos ou se simplesmente existem gestores de equipas melhores do que outros na implementação dessas mudanças.

“O feedback em tempo real significa que podemos saber de forma muito rápida de que forma as comunicações e as táticas de engagement estão a ser recebidas, permitindo-nos otimizar as nossas ações numa questão de dias em vez de semanas”, defendem os autores do estudo. Por outras palavras, os dados vão ajudá-lo a acelerar a adoção de novas práticas na sua empresa.

Os dados na seleção de talento
Em setores com o retalho há já quem use analytics e modelos preditivos para decidir quem contratar. Porquê? Segundo a Harvard Business Review, “aplicar estas ferramentas durante a construção de uma equipa pode melhorar a performance do projeto”. É o caso de empresas como a LEDR Technologies e a Cisco, que usam os dados recolhidos para antecipar os desafios que poderão ter, de forma a contorná-los ainda antes de acontecerem.

O que importa reter é que à medida que as empresas recolhem mais dados e constroem modelos preditivos mais precisos, aqueles responsáveis pelos processos de mudança nas organizações conseguirão decidir de forma mais confiante sobre as melhores estratégias a aplicar para que as empresas possam atingir os seus objetivos.

Qual a melhor abordagem para diferentes departamentos? Que riscos podemos correr com este processo? Que técnicas poderão ser utilizadas para acelerar o processo e beneficiar os resultados financeiros? Tudo isto poderá ser respondido de forma menos complexa.

Para além disso, diz a publicação, com os dados, “a gestão da mudança passará de uma disciplina baseada em projetos, e com dificuldade em justificar investimento adequado, para uma disciplina que serve para conduzir resultados de negócio e para definir como atingi-los.”

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