Já sabemos que cerca de 42% dos executivos de todo o mundo esperam, dentro dos próximos três anos, aumentar o número de colaboradores independentes que para si trabalham. Uma forma de diversificar o talento e de dar resposta a novas formas de trabalho como o coworking, nomadismo digital ou trabalho virtual. Mas se acha que a culpa é dos Millennials, pense melhor…
O estudo ‘The White-Collar Gig Economy: On-Demand Workforce Trends According to Today’s Business Leaders’, da MavenLink, empresa que fornece software de gestão para empresas, revela que responsável pelo crescimento da Gig Economy é, afinal, outra geração.
Os resultados recentemente publicados sugerem que existe uma crescente procura por trabalhadores independentes e ainda que são os trabalhadores mais velhos e os executivos mais velhos, e não os Millennials, quem procura essa mudança no mercado de trabalho.
Questionados sobre a razão para essa aposta, os inquiridos revelam que isto permite aos negócios ajustarem-se consoante os projetos que têm em mãos e aceder a talento mais especializado sem grande investimento financeiro.
Não é por isso surpresa que 94% dos inquiridos indique que planeia aumentar a sua carteira de colaboradores altamente especializados com recurso a trabalhadores independentes e que 47% considere inclusive contratar trabalhadores independentes para assumir cargos de gestão.
Mas se a vontade de contratar trabalhadores virtuais, nómadas digitais e freelancers já está lá, a grande maioria das organizações (69%) ainda confessa não ter mecanismos nem políticas para gerir esta força de trabalho. 77% revela inclusive que não sabe que mudanças teria que fazer para poder acolher este tipo de trabalhadores na sua estrutura.
O mais surpreendente neste estudo acaba por ser o facto de ficarmos a saber que não são as gerações mais novas que estão a impulsionar estas mudanças, com a sua forma de ver o trabalho.
Frequentemente associados a valores como flexibilidade e a rápida adoção de ferramentas digitais, os Millennials têm sido sempre vistos como elementos de disrupção do mercado de trabalho, mas são afinal as gerações mais velhas quem mais parece ver os benefícios desta forma de trabalhar.
Mas atenção: as empresas que apostarem na contratação de trabalhadores independentes como forma de diversificação do talento das suas organizações devem estar preparadas para monitorizar e gerir estes trabalhadores, sob pena de prejudicarem a cultura e o negócio.