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Como lidar com o receio de regressar à ‘vida normal’

Com o plano de desconfinamento em curso, algumas empresas começam agora a preparar o seu regresso às normais rotinas de trabalho. Independentemente da abordagem, as organizações devem ser capazes de reconhecer que enfrentamos uma ‘nova era’, com riscos, e devem respeitar as preocupações dos trabalhadores em voltar ao local de trabalho.

O anunciado regresso à ‘normalidade’ traz algumas preocupações relativamente à saúde e segurança dos colaboradores em todo o tipo de negócios. As empresas precisam agora de investir no planeamento e implementação de novas práticas de trabalho dentro deste novo contexto social que é totalmente desconhecido para todos e para o qual não há ainda fórmulas perfeitas.

A dura realidade é que a inatividade ou as restrições às operações das organizações não são uma opção por muito mais tempo. Contudo, embora muitas empresas estejam já preparadas para regressar ao local de trabalho, muitas pessoas continuam preocupadas com os riscos de sair do confinamento e retornar ao local de trabalho.

Peter Newell, antigo coronel no Exército norte-americano e CEO da BMNT, consultora na área da inovação, explica em declarações à revista INC. que as empresas não podem ‘gerir’ os receios dos seus colaboradores, mas podem apoiá-los

O medo manifesta-se de forma diferente em cada pessoa e as organizações devem ter a capacidade de perceber todos os lados. “Ninguém entra na linha de batalha a pensar: ‘Eu serei o soldado que morre hoje.’ É sempre um choque quando alguém é morto, não importa quantas vezes isso aconteça. Não é radicalmente diferente supor que serei sempre saudável, mas de repente testo positivo para o Covid-19”, lembra Newell.

O empresário explica que as empresas não podem eliminar esses medos, mas devem incentivar as pessoas a serem honestas em relação ao que estão a sentir. Peter Newell diz ainda que há uma razão pela qual as unidades militares são tão poderosas: uma unidade firmemente conectada atua como uma rede de suporte para todos. “Se eu tenho medo de alguma coisa, mas estou rodeado por um grupo de pessoas em quem confio, estou disposto a deixar de lado os meus medos e a fazer alguma coisa”, afirma.

Quais as consequências do regresso?
Peter Newell diz ainda que as empresas devem ‘mapear’ o regresso ao trabalho, respondendo a todos os receios da equipa. Há pessoas que têm de utilizar transportes públicos? Há pessoas que precisam de cuidar de familiares idosos? Como devem ser feitas as reuniões com clientes?

Além de tudo isto, as organizações devem ainda considerar o stress que as pessoas possam estar a sentir por estarem confinadas ao mesmo espaço há meses. Grande parte da sua equipa provavelmente não tem tido muitas oportunidades de fazer pausas. Newell lembra, por fim, que o mais provável é que ninguém tire férias este verão, por isso, é importante incentivar as pessoas a fazerem folgas. “Ninguém tem muitas respostas agora, mas uma das coisas que precisa de ser endereçada é que é preciso garantir que as pessoas se sentem revigoradas. E depois disso as pessoas estarão ansiosas por voltar”, conclui.

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