Mitos na retenção de talento
As organizações enfrentam a maior crise de talentos desde a crise de 2008. Mas desta vez, as coisas são diferentes.
Nos últimos quase dois anos, alguns colaboradores optaram pela segurança profissional, agora estão a atualizar currículos, ou a procurar concretizar novos sonhos e fazer uma transição de carreira, outros têm apenas vontade de mudar. Isto não deve ser uma surpresa, as pessoas enfrentaram ou enfrentam ainda situações acrescidas de stress, dualidade de emoções, algumas sentem mesmo que não estão conectadas nem com a organização nem com os seus pares. A vida pessoal, tem também hoje dinâmicas diferentes e desafiantes.
Seja qual for a razão, as empresas devem estar preparadas para um tempo em que verão sair colaboradores.
Enquanto líder, cabe-lhe garantir que mantém talento na organização. Aqui estão três mitos de retenção de talentos que deve evitar:
Mito 1 – É possível reter os colaboradores, aumentando o salário ou através de uma promoção
Já foi verdade, hoje não é assim. A curto prazo, até poderá conseguir manter o colaborador por mais algum tempo, no entanto, o que ele tem em mente é sair da organização. Hoje a alavanca da motivação está sobretudo em fazer algo que alinhe com os valores e propósito de cada um. Uma busca de respostas às perguntas constantes, “o que quero realmente fazer?”, ou, “É nesta organização que quero estar?”.
Embora uma promoção ou aumento salarial possa manter um colaborador por perto por mais alguns meses, ele não irá mantê-los a longo prazo. Muitas vezes, os colaboradores que estão a pensar sair querem mais do que apenas dinheiro. O que os colaboradores querem é, uma oportunidade de fazer algo que seja importante para eles. De acordo com a HBR, 9 em cada 10 colaboradores, preferem ter um líder que se preocupa com eles e os ajude a encontrar significado e sucesso no trabalho, do que receber um aumento salarial de 20%.
Mito 2 – O objetivo é manter os colaboradores o mais tempo possível
Não é por aqui, em vez de focar na posse, fomente sim uma cultura de crescimento e desenvolvimento. É isto que pode estender no tempo a permanência de talento na organização.
A média de emprego na mesma organização é de 2,8 anos para pessoas entre os 24 e os 34 anos, enquanto que, para aqueles que têm entre 55 e 64 anos essa média é de 9,9 anos, é o que nos diz o Bureau of Labor Statistics dos EUA.
Sobretudo quando falamos de colaboradores millennials e gen Z, que o que desejam são oportunidades de crescimento e aprendizagem, e nem sempre a empresa para a qual trabalham é isso que oferece. Na maioria dos casos, há descrença no que diz respeito às oportunidades de valorização que a organização proporciona.
Uma recente pesquisa da Monster revela que 80% dos entrevistados não acreditam que o seu empregador atual ofereça oportunidades de crescimento.
Mito 3 – Quando os colaboradores saem, é porque eles não estão felizes
Em alguns casos sim, é disto que se trata, os colaboradores abandonam a organização porque não se sentem bem na função, ou na própria organização, mas não é verdade para todos. Por vezes, trata-se sim de estarem perante uma nova oportunidade boa demais para deixar passar.
Nestas situações, o melhor é, apoiar o colaborador no passo que ele quer dar no seu percurso profissional e não criar obstáculos à vontade que tem em sair. Mantenha um bom canal de comunicação, garanta que o colaborador que vai sair continua a ser um embaixador da marca e que até poderá voltar, mais tarde, à organização com novas competências desenvolvidas.
Então qual é a melhor ferramenta para manter os talentos nas organizações? A cultura
É a cultura da organização que mantém os colaboradores, é o que cada empresa tem de melhor para oferecer.
Gostou deste artigo? Subscreva a newsletter do RHBizz aqui. Siga-nos também no LinkedIn.