
IA: temos hoje com recurso à IA, um potencial de criar insights muito mais valiosos
A More Results investiu na formação em inteligência artificial das suas pessoas. Nuno Trindade, People&Marketing Manager, partilha o que motivou a empresa e quais os resultados obtidos com o desenvolvimento de competências em IA.
- O que motivou a vontade de desenvolver nos colaboradores competências em IA?
Na nossa área de negócio – estudos de mercado – o grosso da nossa operação passa por “tratar dados”, quer quantitativos, quer qualitativos. Trata-se de um trabalho exigente, não só do ponto de vista do número de horas despendidas nestas tarefas, como da necessidade de foco, atenção ao detalhe e rigor. Neste sentido, ter ferramentas que nos possam ajudar de forma efetiva não é um “we should have or must have”, mas sim “we have to have”. Imagine-se por exemplo uma transcrição de uma entrevista individual aprofundada ou de um focus group, a quantidade de horas que leva a fazer manualmente.
Com IA tarefas de horas passam a segundos, minutos. Obviamente que temos de rever a fiabilidade dos dados tratados, mas o que poupámos anteriormente, dá-nos tempo de sobra para rever os dados transcritos, tratados e outros.
É todo um mundo novo onde conseguimos fazer diversos cruzamentos muito rapidamente.
Temos hoje com recurso à IA, um potencial de criar insights muito mais valiosos.
Foi um bom fit entre o que as pessoas estavam a começar a procurar fazer, o que mercado pede e o que a empresa estrategicamente precisa de ter.
- Foi uma decisão top down ou como surgiu?
Estrategicamente, temos de navegar novas ondas para estarmos a par do que os clientes e prospects vão continuamente ouvindo. Por isso, trabalhar com IA é uma necessidade, mais do que o sabermos que existe ou que teoricamente se pode utilizar. Não podemos cair no erro de nos tornamos obsoletos.
A par disso existe curiosidade nas pessoas, que individualmente iam aqui e ali introduzindo IA no seu trabalho. Uns porque são mais curiosos e outros porque vendo os colegas queriam experimentar.
Pode-se dizer que foi um bom fit entre o que as pessoas estavam a começar a procurar fazer, o que mercado pede e o que a empresa estrategicamente precisa de ter.
- Qual a recetividade dos colaboradores a participarem na formação?
O feedback foi muito positivo. Conseguiram ver na prática aplicabilidade ao trabalho, em diferentes níveis.
Tenho colegas a fazerem neste momento GPTs para codificar bases de dados, e outros a explorar a introdução de IA noutras metodologias.
- No caso de ter existido resistência, como ultrapassaram?
Não houve resistência, nem tão pouco ceticismo. As pessoas de uma forma geral estão despertas para esta nova realidade. Aqui ou se está in ou out e um deles não é futuro.
Após a formação as pessoas usam mais IA, mas sobretudo fazem-no de forma muito mais consciente
- Após a formação, há diferenças na forma como os colaboradores interagem com a IA? Como é que está a transformar o vosso negócio?
Após a formação as pessoas usam mais IA, mas sobretudo fazem-no de forma muito mais consciente. No nosso negócio, não podemos parecer robots a produzir insights. Há todo um lado humano a preservar na análise de dados e construção de conclusões. Hoje estamos mais cientes que a IA não deve ser usada numa ótica de “coloca a pergunta e dá-me a resposta”.
A título de exemplo, depois da formação, temos as pessoas mais preparadas para fazer um prompt adequado ao que necessitam e isto é crucial quando se trabalha em IA. Saber fazer um bom prompt dá-nos respostas mais objetivas e alinhadas com o que procuramos, assim como poupa-nos tempo.
- Qual é o próximo passo?
Dentro do que anteriormente referi, queremos explorar novos caminhos. Temos de perceber qual a relação custo/benefício da implementação de IA em variadíssimos processos internos, bem como numa ótica de complementaridade às metodologias de research que operacionalizamos (para além das que já referi).
Temos de estar muito atentos ao que o mercado vai fazendo nesta área para podermos apanhar a onda certa, na altura certa
O alargamento da IA a várias áreas e, de alguma forma a sua democratização, podem fazer reduzir o nível de investimento atual. Enquanto PME não podemos ser pioneiros na implementação de novas ferramentas, ou ir à “descoberta de”, pelo que temos de estar muito atentos ao que o mercado vai fazendo nesta área para podermos apanhar a onda certa, na altura certa.
Impacto nos colaboradores



