É sem dúvida um dos temas do ano: chegou ao seio de organizações dos mais variados setores de atividade e, de acordo com vários estudos, está nos planos de investimento a curto prazo de muitas empresas. Sim, este é mais um artigo sobre inteligência artificial, aquela que é já muito mais que robots, do que ficção científica ou a Siri da Apple.
Se há uns anos atrás a inteligência artificial era pouco mais do que um conceito na moda, em 2017 é seguro afirmarmos que com o impulso dos principais players do setor tech, já se tornou mainstream.
Os planos das grandes multinacionais têm sido revelados a conta-gotas: a Google criou o seu ‘Assistant’, os brain-computer interfaces (que em breve vão permitir dar ordens aos nossos computadores sem que para isso tenhamos que mexer um dedo) estão quase a chegar, o Facebook tem agora chatbots que permitem às marcas aumentar a sua eficiência no customer service, e a Uber anunciou a contratação de uma proeminente investigadora na área da inteligência artificial com esperança de começar a construir um futuro em que não serão precisos condutores atrás do volante.
E é apenas uma questão de tempo até que estas soluções comecem a penetrar nas organizações. Um estudo recentemente publicado pela Mercer revelava que para a grande maioria dos executivos a tecnologia no local de trabalho será a tendência de maior impacto nos próximos tempos. Para além disso, 93% das empresas de todo o mundo admite nesse estudo estar a planear um ‘redesenho’ da sua estrutura nos próximos dois anos, muito por força da tecnologia.
É também com esse estudo que ficamos a saber que alguns aspetos tecnológicos mostram que os Recursos Humanos não respondem às expetativas dos quadros superiores e dos próprios colaboradores. Para a maioria dos executivos, tecnologias como a automação, a robótica, o machine learning e os wearables serão uma das tendências adotadas pela força de trabalho que maior impacto terá nas organizações. Ainda assim, menos de metade (49%) dos profissionais de RH concorda com esta previsão.
Estaremos perante um futuro em que o trabalho deixará de existir e passará a ser uma coisa exclusiva dos robots? Talvez não tão rapidamente quanto possamos imaginar. Mas estamos certamente perante um presente em que as empresas já perceberam que a inteligência artificial tem enorme potencial, sobretudo em quatro grandes vetores – automação; aumento do envolvimento; acessibilidade; e melhoria da performance e eficiência – e começarão a tentar encontrar formas de capitalizar nisso. E sim, é seguro dizer que tão depressa, os postos de trabalho não serão ‘artificiais’.