Sabe porque é que o início de um novo ano é tão ‘celebrado’? Para além de ser um ponto que permite distinguir de forma clara o passado e o futuro, motiva as pessoas a estabelecer novas metas e a trabalharem na melhoria de si próprias.
Um estudo recentemente publicado pela investigadora Hengchen Dai, Professora de Gestão e Organizações da Anderson School of Management da UCLA, analisa como se pode motivar as pessoas a comportarem-se de acordo com os seus melhores interesses dentro e fora das organizações.
A investigadora explora a forma como os novos começos podem impactar a motivação em contexto profissional e explica que mesmo que uma pessoa se sinta satisfeita com as suas conquistas, um novo começo pode impulsionar novos níveis de motivação.
“Descobri que um novo começo nos registos de performance dos colaboradores – aquilo que chamo um reset de performance – afetava a sua motivação e a sua performance futura, dependendo da sua performance do passado. Aqueles com piores níveis de performance ficaram mais motivados e melhoraram depois de um reset, enquanto aqueles com performances mais fortes acharam os novos começos desmotivantes”, revela a investigadora à Harvard Business Review.
Porque é que os resets nos afetam?
De acordo com a investigadora, a crença de um colaborador de que vai ser capaz de ter uma boa performance numa tarefa pode ser um forte impulso para a motivação. Ao quebrar, mentalmente, com o passado, os resets podem ajudar os colaboradores a percecionarem a suas performances do passado como menos reveladoras das suas capacidades no futuro. Como resultado, os novos começos fazem com que as pessoas se sintam menos afetadas pelos seus falhanços passados e mais confiantes acerca do futuro. Para além disso, segundo a investigadora, os novos começos podem reduzir a tendência dos colaboradores para basearem a sua eficácia e competência nos seus sucessos passados, fazendo com que sintam mais confiantes.
Hengchen Dai diz ainda que “quando os colaboradores são levados a ver a sua performance passada como fraca, os novos começos aumentam a sua eficiência e impulsionam a sua motivação”. Contudo, “quando são levados a ver a sua performance passada como forte, o novo começo diminui a sua eficiência e a sua motivação para continuar”.
“A minha investigação sugere que apesar de serem vistos como motivadores, os novos começos podem ser uma espada de dois gumes. Quando lhes é dada a oportunidade de porem os seus falhanços passados atrás das costas, os colaboradores ficam mais motivados para terem melhores performances no futuro. Contudo, para os colaboradores com performances fortes, os resets podem ser desmotivantes e ter custos para as empresas, mesmo que a diminuição de motivação seja subtil”, conclui.