“Tenho de dizer que a lição mais importante que aprendi em 25 anos a falar todos os dias com pessoas é que existe um denominador comum na experiência humana. Esse denominador comum é que queremos ser validados. Queremos ser compreendidos. Fiz mais de 35 mil entrevistas em toda a minha carreira. E assim que a câmara se desliga, toda a gente se vira para mim e inevitavelmente, e à sua maneira, pergunta: «Correu tudo bem?» Ouvi a pergunta do Presidente Bush. Do Presidente Obama. Ouvia-a de heróis e de donas de casa. Ouvi-a de vítimas e de criminosos. Todos queremos saber uma coisa: «Correu tudo bem?», «Ouviste-me?», «Vês-me?», «O que eu disse significou alguma coisa para ti?».”
O discurso foi dado pela comunicadora Oprah Winfrey há alguns anos na Universidade de Harvard e foi recentemente publicado num artigo da Harvard Business Review para mostrar porque é que as organizações não devem descurar o reconhecimento e a valorização dos seus colaboradores.
“O reconhecimento tem a ver com dar feedback positivo com base em resultados ou na performance. Às vezes isto acontece de forma formal: um prémio, um bónus, uma promoção, um aumento. Outras vezes acontece de forma informal: um obrigado, uma nota, um email. Todos estes métodos podem ser significativos, sobretudo, se acontecerem na altura certa e de forma genuína. Além disso, são motivadores – todos querem que o seu bom trabalho seja aplaudido”, explica a publicação.
Mas de acordo com um grupo de investigadores da London School of Economics, quando o reconhecimento inclui uma compensação financeira, pode ser contraproducente na motivação dos colaboradores. Segundo o estudo, este tipo de compensações “podem reduzir a inclinação natural de um colaborador para terminar determinada tarefa”.
A valorização, contudo, explica a Harvard Business Review, tem a ver com o reconhecimento do valor inerente à pessoa e não necessariamente inerente à sua performance e conquistas. Simplificando: o reconhecimento tem a ver com o que as pessoas fazem e a valorização tem a ver com o que as pessoas são.
“Esta distinção é importante porque o reconhecimento e a valorização são dados por razões diferentes (…) se se focar apenas no enaltecimento dos resultados positivos, ou no reconhecimento, perde muitas oportunidades de se conectar e de apoiar a sua equipa – e de a valorizar”, diz ainda a publicação.
A Harvard Business Review diz ainda que a melhor forma de mostrar que valoriza a sua equipa é ouvi-la, de forma genuína e proativa. Além disso, de acordo com o estudo ‘Employee Appreciation Survey’, da Glassdoor, isto é especialmente importante para os managers ou pessoas em posições de liderança, com 53% dos ex-colaboradores a referir que sentir mais valorização por parte das suas chefias poderia tê-los ajudado a ficar mais tempo na organização.
Saiba mais sobre o tema nesta TED Talk de Mike Robbins, autor do livro Focus on the Good Stuff: The Power of Appreciation.
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