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Precisamos de reestruturar – o que temos de fazer?

Reestruturar

Susana, precisamos de reestruturar. O que temos de fazer?” É com esta frase que se inicia toda uma intensa relação entre Advogado e Diretor de Recursos Humanos, naquele que será um grande desafio na sua carreira profissional.

“Temos de dispensar alguns colaboradores. Que informação precisa? Como se organiza um processo destes? Como escolher os colaboradores?” Estas são as perguntas que quase se atropelam e cujas respostas só vamos mesmo obter mais adiante, depois de um caminho que a partir de agora será feito em conjunto entre Empresa e Advogado.

Para um DRH a preocupação está sempre balanceada entre o objetivo de recursos humanos, tratar bem as pessoas que deixarão a estrutura e as que ficam, e o objetivo de gestão da própria empresa, concluir o processo dentro do prazo que lhe foi estabelecido e com o menor impacto possível na sua imagem externa.

A interação entre Advogado e DRH é fundamental. Conhecerem-se bem, perceberem-se melhor, são as chaves que ditam o sucesso da organização destes processos. A relação entre os dois será determinante para a agilização de um processo desta natureza.

No início, a relação está praticamente do lado do Advogado. Ele sabe que documentação precisa, que fundamentação pode utilizar, que critérios podem, ou não, ser elegíveis para a seleção dos trabalhadores, mas, antes de tudo o mais, ele tem a missão de conhecer a cultura da empresa, de aprender a ler o pensamento do DRH e da Administração da Empresa. Se o caminho não começar por este “aculturamento” por parte do Advogado, a implementação do processo ficará seriamente comprometida e o seu desenvolvimento será ainda mais penoso.

Nunca estive do lado do DRH, mas não é difícil imaginar a perceção dos desafios que tem pela frente. Provavelmente, sentirá que o seu sucesso estará, sobretudo, dependente do modo como o processo será conduzido e isso depende das opções que conjuntamente adotar com o Advogado.

E assim se fecha o ciclo. Definitivamente, a partir de então, Advogado e DRH terão de trabalhar a par, terão de acertar o mesmo ritmo de trabalho e terão de convergir nas suas opções. Haverá momentos em que os seus interesses serão divergentes, mas, no final e para além do gabinete, a posição de ambos terá de ser uníssona. Serão, desde então, cúmplices.

Inicia-se a preparação de todo o processo e à medida que ele avança a relação começa a ganhar níveis de maior confiança. O DRH vai percebendo os quadros mentais que o Advogado precisa para defender a posição jurídica da empresa e o Advogado vai interiorizando quais são as práticas da empresa, os seus hábitos, as suas expectativas.

Pelo meio, surgem episódios únicos que só podem ser bem entendidos por quem vive o momento. Às vezes desespera-se, outras vezes, alivia-se o espirito com uma boa história que surge a propósito de quase nada, porque para pesado já basta o que estamos a fazer.

No final do processo, o resultado é uma mistura de sentimentos. O que fica mesmo é o sentimento do dever cumprido, mas entre Advogado e DRH ficará muito mais. No meu caso, fica o registo de muitas e boas amizades que foram construídas pela cumplicidade criada no corredor íntimo daqueles momentos de ansiedade, de saturação, de receios, de partilha de experiências que só nós vivemos e que não esqueceremos.

Por | Susana Afonso, Sócia, CMS, Rui Pena, Arnaut & Associados

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