Paulo Finuras, PhD | Prof. Associado Convidado | ISG Business & Economics School.
Sem a confiança não seriam possíveis simples hábitos, rotinas, processos e papéis que aumentam a nossa previsibilidade, reduzem a incerteza, permitindo libertar e focalizar a nossa atenção, energias e recursos noutros domínios mais complexos ligados às nossas vidas.
A confiança é um dos grandes temas da atualidade e do presente século que interessa a todos: cidadãos, governantes, líderes, gestores, empregados, empresas e instituições. E com razão. Primeiro, porque sem ela não seria possível nem a sociedade, nem a resolução dos dilemas sociais que garantem a nossa perenidade e a nossa narrativa coletiva, pelo menos, tal como a conhecemos.
A Confiança é um exemplo completo de um «universal humano» e está na base dos processos de interação e transação que produzem um grupo, uma organização, um produto, um serviço ou uma sociedade. Sem ela qualquer organização humana acabaria por colapsar!
Para que a sociedade e as suas complexas redes subsistam em termos de regulação, funcionamento e bem-estar dos grupos humanos, seja sob que forma for necessitamos de confiar, seja em pessoas, máquinas, sistemas e instituições.
Segundo, porque a Confiança é um exemplo completo de um «universal humano» e está na base dos processos de interação e transação que produzem um grupo, uma organização, um produto, um serviço ou uma sociedade. Sem ela qualquer organização humana acabaria por colapsar!
Mas a confiança também importa porque garante a aplicação de mecanismos de desinserção do espaço-tempo. Por exemplo, garantias simbólicas como o dinheiro funcionam apenas porque confiamos nelas. O mesmo se passa com os sistemas baseados no conhecimento técnico e tecnológico, caso contrário, ninguém se metia num avião, num comboio ou num simples táxi ou faria compras online.
É um facto que temos cada vez mais deslocado a confiança das relações com as pessoas para a relação com sistemas e máquinas, mas isso é provavelmente, um dos «preços» da nossa evolução e da nossa crescente interconectividade rumo à «aldeia global».
A confiança importa porque é um ativo bioeconómico
Finalmente, a confiança importa também porque tem dois impactos nas nossas sociedades e nas nossas vidas. Um impacto extensivo, associado às novas formas de ligação à escala global, e um impacto em intensidade, porque produz alterações nos comportamentos e nas características pessoais da vida diária de todos nós. Sem a confiança não seriam possíveis simples hábitos, rotinas, processos e papéis que aumentam a nossa previsibilidade, reduzem a incerteza, permitindo libertar e focalizar a nossa atenção, energias e recursos noutros domínios mais complexos ligados às nossas vidas.
A confiança importa porque é um ativo bioeconómico que facilitou a cooperação dos grupos e nos acompanhou ao longo da nossa história, permitindo-nos chegar até aqui.
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