Com um novo ano, e uma nova década, prestes a arrancar, decidimos olhar para as tendências que marcaram os Recursos Humanos em 2019 e contar-lhe o que prevemos para 2020.
2019 foi o ano da personalização. Depois de vários anos focada na estandardização, a área dos Recursos Humanos mudou para uma abordagem de foco nas necessidades individuais de cada colaborador.
Na área da Formação, assistimos a uma mudança para abordagens individualizadas, assim como no design de espaços de trabalho, que passaram a ser pensados para as necessidades de cada colaborador.
2019 foi ainda o ano da introdução dos temas relacionados com a Confiança na agenda dos Recursos Humanos. Muitas das ações de RH continuam a ser criadas sob a assunção de que os colaboradores confiam na sua organização e confiam na tecnologia. Contudo, o seu nível de confiança pode ser hoje mais baixo do que nunca…O ano que passou veio mudar isso.
Este ano foi ainda marcado pelos temas relacionados com a Experiência dos colaboradores nas organizações. Contudo, a maiorias das estratégias implementadas continuam a ser criadas a partir do topo para a base e focadas na organização e não nos colaboradores. Segundo HR Trend Institute, o conceito está desagastado e em 2020 não iremos estar focados nele.
Outro dos grandes temas de 2019 foi a Humanização dos Recursos Humanos. O foco está mais do que nunca nas pessoas. Antes de analytics e tecnologia, o foco deve estar no comportamento humano. Importa ainda referir que apesar de todas as inovações em Inteligência Artificial (IA), ainda existem muitas tarefas nas quais a tecnologia e a IA têm, e continuarão a ter, dificuldade em competir. 2020 voltará a ser o ano da Humanização em todos os setores.
Mas quais serão, afinal, as grandes tendências nos Recursos Humanos em 2020? A plataforma Turbine olhou para alguns dados e estatísticas do setor e traçou um retrato do que deverão ser os Recursos Humanos no próximo ano. Partilhamos algumas ideias consigo.
- Foco no trabalho de equipa e transparência
Em 2020, os gestores de Recursos Humanos terão de trabalhar em novas metodologias que promovam o trabalho em equipa e em ferramentas que coloquem a comunicação e a transparência no centro das organizações. A utilização de ferramentas como o Slack são um bom passo, mas as grandes organizações vão precisar, cada vez mais, de plataformas adaptadas à sua forma de trabalhar.
- Gestão de uma força de trabalho multigeracional
É verdade…em 2020, a gestão de uma força de trabalho com múltiplas gerações continuará a ser um dos maiores desafios. Cada uma destas gerações quer ser ouvida dentro das suas organizações. Para as empresas que não souberem fazer esta gestão, existirão grandes problemas de retenção e atração de talento.
- Bem-estar das equipas será mais importante que nunca
Em 2019 não houve ninguém que não tivesse ouvido falar de burnout, dos custos da perda de sono dos colaboradores para as empresas e da responsabilidade das organizações nestas questões. Nos EUA, apenas 41% das pessoas que está a passar por problemas de saúde mental recebem apoio profissional. Em 2020, o foco na saúde mental será ainda maior, com as organizações a assumirem o seu papel de responsabilidade nestas questões e a integrarem o apoio e os cuidados de saúde mental nos seus pacotes de benefícios pata os colaboradores.
O stress é altamente prejudicial para a saúde mental e para o engagement dos colaboradores, por isso, a aposta será cada vez mais na criação de programas e ações de redução do stress, nomeadamente através de formação, coaching e mindfulness.
- Dados, dados e dados
O termo Big Data entrou no nosso vocabulário há vários anos, mas a realidade é que apesar de a grande maioria das empresas estar já a recolher milhões de dados sobre toda a sua atividade, são ainda muito poucas as que analisam esses dados para os colocar ao serviço da sua organização.
Em 2020, os dados vão passar a ser uma parte muito importante dos departamentos de RH. Os colaboradores vão passar a ser os alvos de testes A/B e de questionários. E isso é ótimo! Os dados são uma excelente forma de analisar em tempo real qual a experiência dos colaboradores nas organizações, como trabalham com as suas equipas e o que pensam das suas chefias, o que permite agir de forma imediata.
- Construção de uma força de trabalho adaptável
O futuro irá exigir novas competências, o que significa que as organizações terão de fazer um enorme investimento na formação, no desenvolvimento e no re-skilling das suas equipas. Até agora, os Recursos Humanos têm dado muito ênfase à necessidade de criar organizações que se adaptem ao futuro, mas mais importante será criar uma força de trabalho adaptável, sobretudo, num contexto de constante mudança.
Soft skills como a empatia, a resiliência e a consciência de nós próprios vão passar a ser essenciais. Além disso, as pessoas irão querer, cada vez mais, ser reconhecidas pelo seu contributo e pela sua capacidade de se adaptarem às novas exigências. No próximo ano, as organizações deverão garantir que investem e valorizam a capacidade de adaptação das suas equipas, colocando as pessoas em primeiro lugar em todos os aspetos.
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