Ter uma ideia é fácil. Ter a ideia certa dá mais trabalho… O design thinking ajuda-nos a colocar de lado aquilo que achamos que sabemos e obriga-nos a começar do zero. Neste artigo, explicamos-lhe porque deve aplicar este processo de resolução de problemas na sua organização.
O design thinking é um processo inovador de resolução de problemas que existe há décadas, mas que só recentemente começou a ganhar força fora da comunidade do design depois de a Harvard Business Review ter publicado, em 2008, o artigo ‘Design Thinking’, de Tim Brown, CEO e presidente da empresa de design IDEO.
Desde aí, o processo de design thinking tem vindo a ser utilizado em organizações de todo o mundo aplicado ao desenvolvimento de novos produtos e serviços ou a outros problemas, desde a criação de um modelo de negócio para a venda de painéis solares em África até à operação do AirBnB.
Para quem não está familiarizado com o processo, as etapas envolvidas no design thinking são relativamente simples: primeiro, compreender totalmente o problema; segundo, explorar uma ampla gama de soluções possíveis; terceiro, repetir extensivamente a solução por meio de prototipagem e teste; e, finalmente, implementar através dos mecanismos de implementação habituais.
As competências envolvidas nestas etapas obrigam as pessoas a usar a criatividade para resolver problemas reais melhor do que fariam de outra forma. Este é um processo que se pode aprender facilmente, mas que exige esforço, já que para entender verdadeiramente um problema devemos deixar de lado os nossos próprios preconceitos, uma tarefa vital, mas difícil.
O brainstorming criativo é necessário para desenvolver soluções, mas muitas pessoas não o fazem muito bem. E, durante todo o processo, é fundamental que todos estejam envolvidos na modelagem, análise, prototipagem e teste. Depois de dominar todas as competências centrais para a abordagem de design thinking estas já podem ser usadas para resolver problemas reais, de qualquer setor de atividade.
Porque funciona em qualquer organização?
Num artigo publicado na Harvard Business Review, Jeanne Liedtka, professora de gestão na Universidade da Virginia, nos EUA, explica que o design thinking ajuda a encontrar soluções para qualquer negócio, sobretudo, porque liberta todas as energias criativas das pessoas, ‘obriga-as’ a comprometerem-se com o processo e melhora os processos.
A estrutura do design thinking cria um fluxo natural desde a pesquisa à implementação da ideia. A imersão na experiência do cliente, por exemplo, produz dados que são transformados em insights que ajudam as equipas a chegar a um acordo sobre os critérios de design que usam para fazer o brainstorming de soluções. Suposições sobre o que é crítico para o sucesso dessas soluções são examinadas e então testadas com protótipos que ajudam as equipas a desenvolver inovação e prepará-la para ser testada em ambiente real.
Ao longo do caminho, os processos de pensamento de design neutralizam os preconceitos humanos que impedem a criatividade, ao mesmo tempo que abordam os desafios normalmente enfrentados para alcançar soluções superiores, custos e riscos reduzidos e incentivar as equipas a envolverem-se no processo.
“Se olharmos para as organizações como conjuntos de seres humanos que são motivados por diferentes perspetivas e emoções, o design thinking enfatiza o engagement, o diálogo e a aprendizagem. Ao envolver clientes e outras partes interessadas na definição do problema e no desenvolvimento de soluções, o design thinking garante um amplo compromisso com a mudança. E ao fornecer uma estrutura ao processo de inovação, o design thinking ajuda os inovadores a colaborar e concordar sobre o que é essencial para o resultado em cada fase. O design thinking é tecnologia social em ação”, conclui Jeanne Liedtka.