por Alda Benamor, Diretora Geral da PLUG More
Imagine que, de repente, o seu corpo lhe começa a dar sinais de uma gripe violenta que não consegue mais controlar com um simples chá de limão. Neste caso, é quase certo que, consciente ou inconscientemente, planeia uma resposta imediata de combate ao problema: ida ao médico, toma dos fármacos adequados, descanso e até algumas mezinhas caseiras que já sabe serem eficazes nestas questões. Dias depois, o seu corpo estará recuperado e sem mazelas.
Mas a questão que agora se impõe é a seguinte: e se o seu negócio tiver uma “gripe”? Se a sua empresa sofrer uma “virose” inesperada, também saberá como responder?
Sabe o que se passa (mesmo!) no coração da sua empresa?
Ao contrário do que a maioria dos profissionais pensa, as crises empresariais não são apenas males alheios que nunca batem à porta. Na verdade, elas estão sempre à espreita e, na maior parte dos casos, aparecem quando menos se espera. O que significa que, tal como fazemos com qualquer gripe ou maleita física, temos de estar sempre preparados para gerir uma crise, garantindo o mínimo impacto para a saúde da empresa e do negócio.
Acontece que, tal como uma doença física necessita da intervenção de um médico, também uma crise empresarial deve ser sempre gerida e “tratada” por profissionais especializados. Afinal, da mesma forma que uma gripe não deve ser acompanhada por um dermatologista, também uma crise empresarial deve ficar nas mãos de especialistas que dominem os vários contornos de tal sensibilidade orgânica.
[mks_pullquote align=”left” width=”700″ size=”24″ bg_color=”#ffffff” txt_color=”#8c1c39″]”Gerir uma crise não significa conseguir apenas passar por ela. Muito pelo contrário, a gestão de crises envolve uma série de pressupostos e princípios que devem ser considerados muito antes de ocorrer um problema.” [/mks_pullquote]
Consideremos, então, o check-up que anualmente realiza. As análises ficam a cargo de analistas e os raio-X à responsabilidade de radiologistas, certo? Passa-se exatamente o mesmo na gestão da saúde da sua empresa. As diversas ramificações de uma crise devem ser assumidas por profissionais especializados que as dominem ao ponto de as conseguirem gerir com eficácia e de, em muitos casos, as controlar ao limite máximo.
Gerir uma crise não significa, portanto, conseguir apenas passar por ela. Muito pelo contrário, a gestão de crises envolve uma série de pressupostos e princípios que devem ser considerados muito antes de ocorrer um problema. Da elaboração do manual de crises, à estipulação de planos de contingência e à constituição e formação do comité de crises, existem muitos passos que têm de ser assumidos para que, na ocorrência de uma sensibilidade, a resposta possa ser sempre a mais eficaz possível.
Dê uso ao útil estetoscópio empresarial
Para gerir uma crise não basta, como se compreende, um simples estetoscópio empresarial. No entanto, esta velha e eficaz ferramenta de auscultação da saúde do negócio é essencial para compreender, antecipar e gerir qualquer crise que possa ocorrer. E isto envolve, necessariamente, o domínio de diversas ferramentas que vão permitir analisar e perceber o contexto da empresa, do mercado, do setor e até da concorrência. Parece-lhe difícil e complexo? Então, saiba por onde começar:
- Forme-se e informe-se. Hoje em dia, existem já diversas formações que permitem aprofundar a temática da gestão de crises, dotando os participantes dos conhecimentos base para o desenvolvimento desta ferramenta estratégica;
- Reúna os melhores. Confie nos seus colegas e parceiros (como a agência de comunicação) para colaborar na definição dos objetivos centrais do negócio em situação de crise (e acredite que a sobrevivência não é – nem deve ser – o único propósito);
- Constitua o comité de crise. Com o apoio de profissionais especializados, defina cargos e respetivas funções, considerando que os elementos selecionados deverão receber formação que lhes permita estar perfeitamente habilitados para gerir uma sensibilidade empresarial.
- Elabore o manual de crises. E faça-o imparcialmente, eliminando a miopia a que a rotina profissional, infelizmente, nos habitua. Envolva colaboradores e parceiros no processo, formulando um manual o mais completo e eficaz possível.
- Esteja sempre preparado. Atualize-se. Reforce a formação. Reveja periodicamente o manual de crises.
[mks_pullquote align=”left” width=”700″ size=”24″ bg_color=”#ffffff” txt_color=”#8c1c39″]”Garanta que os ‘médicos’ do negócio, sendo especialistas, trabalham sempre para que a saúde da sua empresa se mantenha como se pretende: coesa, forte e inabalável.” [/mks_pullquote]
E, finalmente, garanta que os “médicos” do negócio, sendo especialistas, trabalham sempre para que a saúde da sua empresa se mantenha como se pretende: coesa, forte e inabalável. Porque uma crise pode ser uma simples ‘gripe’ que se gere com facilidade, mas também se pode revelar uma complexa pneumonia que não se cura apenas com receitas caseiras.
Afinal, e tal como já antecipava um conhecido anúncio, se não gostar e tratar do seu negócio… quem tratará?