O tema tem estado na ‘berra’ desde que Susan Cain lançou o livro “Silêncio: O poder dos introvertidos num mundo que não consegue parar de falar” e se popularizou numa conferência TED Talks em 2012, sobre o mesmo tema.
Susan Cain acredita que devemos lutar contra a “estúpida e mal ponderada” celebração dos extrovertidos. Numa entrevista à Bloomberg Businessweek a autora refere que “as nossas mais importantes instituições, como as escolas e os locais de trabalho, são criadas, sobretudo, para extrovertidos e para a sua necessidade de estímulos. Os introvertidos, por outro lado, sentem-se mais ‘vivos’, mais ‘ligados’ e mais capazes quando estão em ambientes mais silenciosos e mais discretos”, que hoje em dia já são difíceis de encontrar na maioria das empresas.
De acordo com o Wall Street Journal, são cada vez mais os líderes e os empreendedores a confessarem-se introvertidos e isso não tem que ser algo mau…pelo contrário!
Entre os introvertidos mais conhecidos estão grandes e empresários como Bill Gates, fundador da Microsoft, Steve Wozniak, um dos fundadores da Apple, Larry Page, um dos fundadores da Google, Mark Zuckerberg, o criador do Facebook, Marissa Mayer, Presidente do Yahoo e Warren Buffett, presidente do conselho e diretor-presidente da Berkshire Hathaway.
Na opinião de Susan Cain, os introvertidos têm sucesso porque “criam e lideram empresas com bastante foco.” Segundo a maioria dos especialistas, os introvertidos não estão interessados na liderança por glória pessoal ou ego. Para estas pessoas, o objetivo é criar algo não centrado em si próprias.
“Por sua natureza, os introvertidos tendem a interessar-se com fervor por apenas uma, duas ou três coisas em toda a sua vida. E, no decorrer da sua paixão por uma ideia, irão construir alianças e redes de relacionamento, adquirindo experiência e fazendo o que for necessário para fazer com que se realize”, explica.
Os introvertidos representam cerca de 35% da população, segundo especialistas, e não devem ser confundidos com pessoas tímidas. “Alguns podem ser tímidos e alguns podem ser desinibidos, mas todos preferem ficar sozinhos ou em pequenos grupos e frequentemente sentem-se esgotados em situações de muita interação social ou se estão em grandes grupos”, esclarece o Wall Street Journal.
Mas qual é a verdadeira vantagem de um introvertido nos negócios? De acordo com Susan Cain, por serem pessoas que ficam confortáveis quando estão sozinhas e que pensam antes de falar, os introvertidos tendem a ter uma vantagem sobre os outros no processo de criação de um plano de negócios ou de uma estratégia.
Outra característica importante é que os introvertidos tendem a confiar nas suas capacidades e raramente se sentem inseguros ao ponto de necessitarem de validação dos outros para terem consciência do seu bom trabalho.
Para além disso, estas pessoas são geralmente bons ouvintes e esperam até ter algo de relevante a acrescentar antes de falar. “Os introvertidos podem chegar a conclusões inesperadas porque são mais focados na receção de informações do que na distribuição de informações. E são frequentemente muito bons a conectar pontos divergentes”, conclui a investigadora Susan Cain.