Terminado o período de férias, na maioria das empresas, este é o momento escolhido para reunir equipas de gestão e liderança e definir estratégias para o próximo ano. O que esperar destas reuniões imersivas, encaradas como um marco corporativo no calendário da empresa?
Tradicionalmente o CEO reúne a sua equipa de diretores executivos durante 1 ou 2 dias e cada um deles apresenta o plano estratégico da respetiva área de negócio. Apresentação, na maioria das vezes, acompanhada de um power point, seguida de perguntas dos restantes líderes, respostas, intenções, expectativas, a comunicação flui e o resultado é, não raramente, uma mensagem ambígua que será ou não implementada nos meses seguintes, cada líder teve a preocupação em proteger e promover a respetiva área que lidera. É preciso evitar a todo o custo cair nesta armadilha e não transformar as reuniões de estratégia numa perda de tempo. O artigo recente publicado no Harvard Business Review, alerta para isto mesmo e propõe uma reflexão interessante.
É preciso evitar a todo o custo cair nesta armadilha e não transformar as reuniões de estratégia numa perda de tempo
Há formatos mais criativos e eficazes para levar a cabo estas reuniões anuais e potenciar as oportunidades criadas por estes momentos de encontro. Um dos exemplos apontados traduz-se no seguinte:
- O CEO desafiar cada diretor a apresentar, em 10 minutos, a estratégia, pensada para os próximos 3 anos como se estivesse perante um grupo de investidores a quem teria que responder a perguntas como:
- Que tipo de jogador quer ser nos próximos três anos?
- Qual é o plano de execução para atingir os seus objetivos?
- Quais são os seus fatores diferenciadores que o fazem acreditar que vai conseguir conquistar o mercado?
- Para resumir, qual é a sua estratégia de negócios sustentável em 50 palavras?
Para além de exigir uma grande objetividade e capacidade de sistematizar as ideias por parte do líder que está a apresentar, os restantes diretores ganham também entusiasmo e estão focados na apresentação do colega e não a ver emails ou a responder a mensagens.
Os restantes diretores ganham também entusiasmo e estão focados na apresentação do colega e não a ver emails ou a responder a mensagens.
Este exemplo de formato de reunião dá aos executivos a oportunidade de mudar as suas perspetivas e adotar uma visão de investidor. Coloca-os no lugar de pessoas externas que não estão emocionalmente ligadas à empresa e aos seus negócios individuais. Isso permite um fluxo espontâneo de perguntas e informações, que estabelece a base para uma troca de feedback justa, aberta e construtiva. Cada diretor luta para convencer o CEO e os seus pares – que desempenham o papel dos investidores – sobre a proposta de criação de valor e a robustez da estratégia de negócios proposta.
A equipa de direção não está nestas reuniões apenas para assistir e sim para dar o seu contributo.
- Ajude os executivos a preparem-se para estas reuniões, quer em relação ao momento em que apresentam a estratégia pensada, quer quando estão a ouvir as apresentações dos colegas, que perguntas colocar, como, em que momento
- Incentive discussões de estratégia francas e que não ameaçam a cultura de segurança psicológica, é fundamental que todos se apresentem no máximo potencial. Ninguém gosta de se sentir vulnerável
- Certifique-se de que algumas regras de “seja sincero com cordialidade” estão claras para todos os participantes. Há detalhes particularmente eficazes:
- Expressar o seu desacordo de forma saudável, ser franco com os colegas também implica ser cordial
- Estar aberto a perguntas desafiadoras
- Não personalizar, não se trata de uma conversa sobre a sua pessoa.
- Não é um problema não ter todas as respostas
Ajude os executivos a preparem-se para estas reuniões
Mesmo as práticas mais tradicionais e profundamente enraizadas nas organizações podem ser alvo de inovação e mudança, sempre que essa mudança traduza melhoria em diferentes dimensões.
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