Os decisores demoram, em média, duas semanas a perceber que fizeram uma contratação inadequada e cerca de 43% acabam por optar pela demissão desses colaboradores. A conclusão é de um estudo realizado pela empresa de recrutamento Robert Half, que indica que os processos de recrutamento continuam a ser o ‘calcanhar de Aquiles’ de muitas organizações.
Para além de morosos e dispendiosos, estes processos nem sempre são satisfatórios. Na grande maioria dos casos acabam por se revelar verdadeiros erros de casting. Mas de acordo com o estudo, perceber que um candidato, afinal, não é o ideal, leva muito pouco tempo.
Citado pelo Le Figaro, Olivier Gélis, CEO da Robert Half France, refere que “começar de novo um processo de recrutamento é caro, especialmente em termos de tempo gasto, nomeadamente em formação do candidato e perda de produtividade que pode prejudicar a empresa”.
A descoberta de que uma contratação pode não ter sido a mais correta está frequentemente relacionada com fatores como competências inadequadas ou insuficientes para a função (42%), candidatos não qualificados (39%) e descoberta de mentiras nos CV dos candidatos (37%).
Em 43% dos casos, a decisão dos CEO acaba por ser o despedimento. 34% optam por oferecer formação ao candidato ou por lhes oferecer outra função. Para além disso, 35% dos gestores inquiridos no âmbito deste estudo revelam que uma má contratação acaba por se refletir em stress e aumento de carga de trabalho para a restante equipa.
O estudo conclui referindo que apesar de um processo de recrutamento 100% eficaz ser difícil de conseguir, os decisores devem procurar analisar a atitude do candidato, a compatibilidade da sua personalidade com a cultura da empresa e ainda olhar para todos os detalhes de um curriculum durante a entrevista para perceber onde é que poderão existir pequenas mentiras.