Há dias, um jornalista confidenciava num círculo fechado de amigos que a maioria das empresas não sabe comunicar. “Uma afronta”, pensarão os mais céticos, crentes de que, hoje em dia, não há negócio que não ponha os media no centro das prioridades. Talvez assim seja. Mas aquilo a que este jornalista se referia era ao conhecimento da “forma de comunicar”. Algo que, convenhamos, não se traduz no envio de press releases ou na promoção de entrevistas oportunas.
Comunicar com os media é, como em todas as relações pessoais ou profissionais, um processo recíproco – tanto tem de ser vantajoso para a empresa como para o órgão de comunicação social. E por ‘vantagem’ não se entendem pagamentos dissimulados, investimentos em publicidade ou lobbies duvidosos. Neste caso, a vantagem prende-se apenas com um critério: o efetivo interesse noticioso do que é comunicado.
Falar com um jornalista não é o mesmo que conversar com o colega do lado, com o fornecedor ou com o cliente. A linguagem tem de ser necessariamente outra. Com um tom diferente. Com conteúdos distintos. E, na maioria das vezes, com formatos também adaptados.
“As boas notícias são sempre as más notícias!”
É normal que se pense que os jornalistas só procuram escândalos. E, ainda que alguns órgãos de comunicação social explorem essa vertente (porque vende!), a verdade é que as boas notícias podem ser mesmo as boas notícias. Aquelas que ajudam a divulgar e a promover um negócio. Aquelas que constroem uma imagem e uma reputação.
[mks_pullquote align=”left” width=”700″ size=”24″ bg_color=”#ffffff” txt_color=”#9e2243″]”Comunicar com os jornalistas não é algo que se faça ao sabor do vento. Ou simplesmente quando ocorre uma novidade comercial no seio da empresa. “[/mks_pullquote]
Mas isto não se constrói num dia. E muito menos sem perceber especificamente como funciona cada órgão de comunicação social e o alinhamento editorial que, caso a caso, pode ser ‘aproveitado’ para a divulgação de uma marca. É precisamente por isso que muitas empresas optam por ter na direção dos seus departamentos de comunicação antigos jornalistas ou profissionais cuja formação e experiência lhes permita alimentar da forma mais eficaz possível a relação com o media. Porque, como em quase tudo, esta área exige que se faça, mas também que que se saiba fazer.
Não comunique sem uma estratégia
Comunicar com os jornalistas não é algo que se faça ao sabor do vento. Ou simplesmente quando ocorre uma novidade comercial no seio da empresa. A assessoria de imprensa é uma área fundamental para a atividade de qualquer negócio, pelo que obriga a uma estratégia concertada e definida de acordo com os objetivos da empresa e com as necessidades dos media.
Como, o quê e quando comunicar é uma preocupação constante de quem faz da sua vida a gestão das relações com os media. Porque a comunicação não deve ser um ato isolado, mas antes contínuo – e enquadrado nos critérios editoriais.
No fundo, não deixa de ser verdade que quase tudo pode ser notícia. A questão é saber transformar esse ‘tudo’ num tema que, aos olhos dos media e da audiência, faça mancha noticiosa. Com critério, com fundamento e com valorização da marca.
Posto isto, acabamos como começámos: e a sua empresa sabe comunicar?