São vários os estudos que mostram que cultivar a curiosidade é vital para a performance de uma organização, assim como as experiências a que os colaboradores estão expostos. Como podem os líderes promover a curiosidade nas suas empresas e garantir que se traduz em sucesso? Um artigo recentemente publicado pela Harvard Business Review responde a esta questão. Partilhamos alguns dos segredos consigo.
De acordo com a publicação, as maiores descobertas e invenções do mundo têm todas algo em comum: são fruto da curiosidade. A necessidade de procurar novas informações e experiências e explorar novas possibilidades é um dos atributos mais básicos do ser humano. Contudo, um estudo recentemente publicado, revela três importantes descobertas sobre a curiosidade e explica como podem beneficiar as organizações e os negócios.
Como explica a autora do estudo, “a curiosidade melhora a capacidade de tomar decisões porque reduz a nossa suscetibilidade aos estereótipos e ao enviesamento; incita o envolvimento dos colaboradores e a colaboração; e reforça a resiliência das organizações ao estimular a resolução de problemas de forma criativa face à incerteza e à pressão. Resumindo, a curiosidade melhora a performance dos negócios”.
No estudo, a autora revela que a curiosidade é muito mais importante para a performance de uma organização do que até aqui se pensava. “Isto acontece porque cultivarmos a curiosidade em todos os níveis da organização ajuda os líderes e os seus colaboradores a adaptarem-se a condições de mercado incertas e a pressões externas. Quando a nossa curiosidade é incentivada, pensamos mais profundamente e de forma racional as nossas decisões e acabamos com soluções mais criativas. Além disso, a curiosidade permite aos líderes ganharem mais respeito das suas equipas, inspirando-as a desenvolver relações de maior confiança e colaboração com os seus colegas de equipa”, defende a autora Francesca Gino.
A investigadora explica também que através de pequenas mudanças na cultura e na forma como as equipas são ‘geridas’, os líderes podem encorajar a curiosidade. “Apesar de os líderes dizerem que têm uma mente inquisitiva e curiosa, na verdade, muitos reprimem a curiosidade por terem medo que crie risco e ineficiências no negócio. No estudo que realizei junto de mais de 3000 colaboradores de várias empresas e indústrias, apenas 24% revelou sentir curiosidade no dia-a-dia, com 70% a afirmar que encontra barreiras a colocar mais questões no trabalho”.
Os benefícios da curiosidade
Mas quais são, na prática, os maiores benefícios da curiosidade na performance das organizações? De acordo com a autora, as vantagens da promoção da curiosidade numa organização são inúmeras.
Menos erros na tomada de decisão
“No meu estudo, descobri que quando se estimula a curiosidade, temos menos tendência a cair no erro do ‘enviesamento por confirmação’ (procurar informação que suporte as nossas crenças em vez de informação que sugira que estamos errados) e menos tendência para estereotipar as pessoas. Isto acontece porque leva-nos a procurar alternativas”, explica a autora.
Mais inovação e mudanças positivas
A investigadora explica também que a investigação confirma que encorajar as pessoas a serem curiosas leva a melhorias no local de trabalho. “Quando somos curiosos, olhamos para as situações difíceis de forma mais criativa. São vários os estudos que já demonstraram que a curiosidade está associada a menos reações defensivas em relação ao stress e menos reações agressivas a provocações. Além disso, também temos melhores performances quando somos curiosos”.
Redução do conflito nas equipas
De acordo com o estudo de Francesca Gino, a curiosidade também encoraja os membros de um grupo a tentarem colocar-se no lugar do outro e a interessarem-se por outras perspetivas. Isto funciona como um facilitador do trabalho em equipa e em consequência traz melhores resultados para as organizações.