Os colaboradores que se sentem tratados de forma justa têm melhores performances, tendem a ser mais colaborativos, são mais empenhados e comprometidos com a organização e têm menos probabilidades de maltratarem os outros. A conclusão é de um estudo recentemente publicado na revista Academy of Management Journal e que sugere que os líderes com excesso de trabalho têm tendência a ser menos justos com as suas equipas.
Segundo o estudo, muitos trabalhadores sentem-se tratados de forma injusta, com queixas como “o meu chefe toma decisões sobre o meu trabalho sem me consultar”, “existe inconsistência na aplicação das regras” ou “as decisões são tendenciosas” a surgirem no top das mais referidas. Mas se é verdade que a maioria dos gestores mostra reconhecer a importância da justiça e de atuar de forma justa, é igualmente verdade que muitos atuam de forma injusta.
A causa parece ser o excesso de trabalho. De acordo com o estudo, os gestores estão demasiado ocupados para colocarem a justiça na sua lista de prioridades. “É frequente que estas pessoas tenham que fazer ‘malabarismo’ com múltiplas responsabilidades, sob pressão e com tempo limitado, e por isso, tratar os colaboradores de forma justa pode ficar para trás em relação a outras prioridades”, refere a Harvard Business Review.
Mas afinal o que devem fazer os gestores para serem percecionados pelas suas equipas como justos? A Harvard Business Review explica que ao longo dos últimos anos, vários estudos realizados sobre o tema têm mostrado que os critérios chave para que as chefias sejam consideradas “justas” pelas suas equipas são:
- Garantir que todos são recompensados de forma equitativa pelos seus contributos;
- Ser transparente e claro sobre os processos/procedimentos e objetivos que devem ser alcançados para que essa recompensa seja feita. Isto inclui garantir que as decisões são iguais para todos;
- Explicar a lógica por detrás das decisões;
- Tratar os colaboradores com respeito e dignidade.
O estudo sugere também que a maioria dos gestores compreende todos estes fatores e a sua importância, mas acaba por os relegar para segundo plano quando se sente com excesso de trabalho. Contudo, os gestores que são recompensados por agirem de forma mais justa, tendem a atuar com maior justiça.
“Ser justo requer tempo e esforço e os gestores com excesso de trabalho podem ter dificuldade em priorizar a justiça quando surgem tarefas que requeiram a sua atenção imediata. Para os gestores que querem ter a certeza que tratam a sua equipa de forma justa, é importante garantir que a sua atenção não é desviada por outras tarefas. Tente cimentar as relações com os seus colaboradores e dedicar-lhes tempo na sua agenda para que seja menos suscetível aos efeitos do excesso de trabalho”, sugere a Harvard Business Review.