Em apenas oito anos de vida, a Hootsuite, uma das mais conhecidas plataformas de gestão de redes sociais, experienciou um crescimento exponencial, contando hoje com mais de 14 milhões de utilizadores em todo o mundo. Com escritórios em todo o globo, a empresa tem atualmente cerca de 1000 colaboradores para gerir, e segundo a imprensa internacional, está a sair-se melhor do que muitas empresas com vidas muito longas no mercado.
Criar um negócio bem-sucedido significa também atrair os talentos certos para a organização. Para isso contribuem questões como uma employer brand de topo, mas sobretudo a capacidade dos seus líderes para criar a cultura certa, uma cultura que enquanto equipa os colaboradores consigam reconhecer e ajudar a construir.
Matthew Handford, SVP People na Hootsuite, explicava recentemente numa publicação internacional que para reter os melhores colaboradores na empresa, sobretudo a geração Millennials, é preciso muito mais do que regalias, um erro que muitas empresas acabam por cometer.
“A Hootsuite já não pode ser categorizada como uma ‘startup’, mas é assim que temos sido vistos como empresa. É muito comum para as empresas em transição de uma pequena dimensão para uma dimensão média acabarem por perder as partes positivas da sua cultura de startup. Na Hootsuite é importante para nós manter um ambiente de elevada energia em todos os nossos escritórios a nível global”, refere.
A empresa é obviamente conhecida pela sua cultura ‘fun’, contudo, aprendeu desde muito cedo que os seus melhores colaboradores querem muito mais do que regalias como entretenimento e eventos sociais. “Sim, temos cerveja à pressão e permitimos cães no escritório, mas esse tipo de regalias são esperadas e é preciso muito mais para gerar interesse no talento de topo”, defende Matthew Handford.
Qual é, então, a estratégia da Hootsuite para atrair os melhores talentos? “Oferecer um ambiente de trabalho que seja mais do que regalias, mas sobretudo que seja um local para construir a base de uma carreira e uma experiência de aprendizagem de excelência”, explica.
O responsável acrescenta ainda que “nos próximos 10 anos os Millennials vão tornar-se em cerca de 75% de toda a força de trabalho e é importante para nós reter talento. Esta geração é conhecida por mudar de trabalho a cada 2,5 anos e o maior desafio para nós é entender porque é que isto acontece”.
Para isso, a Hootsuite criou um programa que batizou de ‘Stretch’ e em que o objetivo é que os seus colaboradores possam passar um dia da sua semana a experimentar uma nova posição dentro da empresa, à sua escolha.
Segundo a empresa, esta tem sido uma boa forma de encontrar os talentos com maior potencial para serem líderes e, sobretudo, para colocar os talentos certos na posição certa, oferecendo-lhes a possibilidade de evoluírem e ao mesmo tempo fazerem o que realmente gostam.
Outra das apostas da empresa tem sido um conjunto de reuniões informais em que os membros da equipa são encorajados a partilhar as suas ambições e sonhos. “Um bom exemplo de como a Hootsuite permite que os seus talentos se desenvolvam é um dos nossos colaboradores que começou como contabilista há alguns anos atrás, mas que expressou a sua vontade de ser programador. Oferecemos-lhe o apoio e o tempo necessário para que conseguisse atingir esse objetivo”, revela Matthew Handford.
E para os Millennials, em particular, é especialmente importante experimentar diferentes metodologias para as suas tarefas diárias, o que faz com que seja urgente ajustar o ambiente de trabalho a estes indivíduos. “Na minha experiência, os Millennials têm a coragem de defender as suas ideias e de lutar por oportunidades de aprendizagem. E isso é uma enorme oportunidade para as empresas”, acrescenta.
As organizações mais inteligentes são aquelas que já entenderam que para além de gerir questões mais comuns como a cultura e os benefícios que oferecem aos seus colaboradores, devem adaptar-se a novas abordagens para gerir a mudança organizacional e às necessidades dos seus colaboradores.